sábado, 2 de março de 2013

Vaticano: Começa período de Sede Vacante




Do dia 28 de fevereiro, quinta-feira, às 20 horas de Roma, a Igreja Católica está sem Papa. Efetivada a renúncia de Bento XVI, começa o período de “sede vacante”. Está vago o cargo de Papa.

Tudo conforme ele mesmo tinha determinado, no dia 11 de fevereiro, quando estabeleceu o dia e a hora exata em que ele deixaria de exercer a missão de Papa.

De tal modo que toda a Igreja teve tempo de assimilar a notícia da inesperada decisão, e contar com a segurança das disposições que entram logo em vigor quando vem a faltar o Papa.

Assim todos podemos ter segurança e serenidade, sabendo que estão agora previstos todos os passos que vão levar à eleição de um novo Papa, dentro de poucos dias.

Desta vez a situação foi inusitada. Quando morria um Papa, estávamos acostumados a acompanhar o seu enterro, e agradecer Deus o dom de sua vida, colocada a serviço da Igreja até o momento de sua morte.

Fomos surpreendidos por uma inesperada decisão do Papa, que sentindo suas forças faltarem, decidiu renunciar, para deixar o lugar a outro que pudesse cumprir esta pesada missão com renovadas energias.

Desta maneira, não é que ele abandonou o barco, para cair fora. Ao contrário, sentiu tanta responsabilidade pesando em seus ombros, que achou mais acertado, para o bem da Igreja, renunciar à sua missão de Papa, para que esta missão seja assumida por alguém em plenas condições de suportar o peso deste cargo todo especial.

Com isto, de certa maneira, Bento XVI deu um claro recado ao novo Papa. Seja quem for o eleito, ele poderá contar com o apoio de todos para enfrentar “as questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho”, como ele mesmo falou no dia em que anunciou sua renúncia.

Como todos já pudemos constatar, Bento XVI nos deixa um claro e comovente testemunho de tantas virtudes, que o ajudaram a tomar esta decisão. Foi humilde para reconhecer sua fraqueza física. Foi desprendido em deixar de lado as honras e o poder do cargo que ocupava. Foi sobretudo responsável, comunicando sua decisão, a tempo de todos assimilarem a notícia e assumirem suas responsabilidades.

Com sua renúncia, Bento XVI nos deixa um comovente exemplo de total devotamento à missão que Deus dá a cada um. Sua renúncia se assemelha a um grande retiro, onde ele poderá agora se deter com mais serenidade, vinda de sua paz de consciência pelo dever cumprido, e da abundante semeadura, que a seu tempo germinará e dará muitos frutos.

Pelo inusitado da renúncia, o fato se revestiu de expectativas de mudanças na vida da Igreja. Com seu gesto, Bento XVI acabou demonstrando que é possível provocar mudanças, mesmo num aparato tão monolítico como se tornou a estrutura da instituição eclesial.

Parecia que o impulso renovador do Vaticano II já tivesse se esgotado. De repente, a renúncia de um Papa acaba mostrando que é possível, sim, mudar muitas coisas,  que o peso da história parecia canonizar como imutáveis!

Nestes dias de sede vacante, estas esperanças se concentram na pessoa do novo Papa que vai ser eleito. Mas podemos alargá-las, apostando nas iniciativas renovadoras que poderão contagiar a Igreja inteira, como aconteceu com João 23.


Preto de copas (cartas) Jardim da Fé Preto de copas (cartas)

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CONSELHO AOS PAIS

CONSELHO AOS PAIS

25/05/09

Já na sua infância, desde cedo, não dê à ele tudo o que quiser, assim quando ele crescer, não ficará a espera que o mundo lhe dê o que deseja; Não ache graça de seu palavreado chulo e grosseiro; Inicie-o nos caminhos de uma educação religiosa, sem fanatismo, que não pregue a divisão e sim, a união do povo de Deus; Não apanhe tudo que ele deixar jogado: livros, brinquedos, sapatos, roupas e ... Habitue-o a guardar todos os seus pertences; Não faça tudo para ele. Ensine-o a fazer de tudo, a fim de que não seja um eterno dependente dos outros; Evite, a todo custo, discutir com freqüência na presença dele; Não o defenda, intransigentemente, contra seus professores. Apure os fatos com calma. Lembre-se que os professores são seus parceiros e não seus inimigos; Não tente dominá-lo querendo que ele seja a sua cópia, mas tente sempre persuadi-lo através de um diálogo sincero e amigo. Respeite sua personalidade; Finalmente, prepare-se para no futuro ter somente orgulho e alegria de ter realmente, criado um filho com dignidade; Lembre-se: se fizeres o contrário disto, corre o risco de uma vida futura cheia de angústias, decepções e lágrimas de dor. (Texto adaptado pelo Professor Francisco Jaegge)

LIMITES NA EDUCAÇÃO - Fábio Henrique Prado de Toledo

LIMITES NA EDUCAÇÃO - Fábio Henrique Prado de Toledo

Limites na educação

Fábio Henrique Prado de Toledo

Algum tempo atrás manifestei nesta coluna certa perplexidade com o Projeto de Lei n. 2.654/2003, com o que se pretendia proibir qualquer forma de punição corporal a crianças e adolescentes. Como disse naquela oportunidade, o assunto merece ser melhor refletido.

Penso que as “palmadas” nas crianças não são mesmo um recurso educativo a ser utilizado a todo momento. Mais ainda, conheço vários pais que conseguiram educar muito bem sem jamais ter sequer levantado a mão contra os filhos. Aliás, se analisarmos bem, muitas das vezes que se bate numa criança, faz-se porque o pai ou a mãe estão nervosos com outro assunto que os afligem e a travessura foi apenas o estopim. Outras vezes, quase sempre, bate-se porque não se tem paciência para explicar o porquê de não poder ela fazer algo, dando os motivos pelos quais sua conduta não é adequada e, sobretudo, expondo as boas razões para se proceder corretamente.

O problema de leis radicais como essa são as más interpretações que podem causar. Estou certo de que, tão-logo aprovada, não tardará em surgir nas escolas e nas famílias uma falsa concepção do tipo: não se pode fazer nada com o garoto que não obedece, pois do contrário pode ser “processado”. Ou, pior ainda, as próprias crianças poderão incorporar o falso conceito e se levantarem contra os educadores, pais e professores, numa arredia desobediência a qualquer tipo de ordem com o petulante argumento: “não pode fazer nada comigo, sou menor”.

Não há educação sem limites. Já relatei a história de um garoto que, durante uma viagem com os colegas de escola para um acampamento, se queixava com o professor de que seus pais não lhe davam liberdade, que dependia da autorização deles para quase tudo. Esse bom professor deu ao aluno uma brilhante lição, que merece ser contada novamente:

“Seus pais não permitem que você faça tudo o que quer porque o amam. Veja esse pequeno riacho, em sua nascente, uma margem é bem próxima da outra. É o que ocorre com uma criança pequena, de tudo dependem dos pais. O riacho, conforme vai avançando, as suas margens vão ficando cada vez mais distantes, até que deságüe no mar, onde não há mais margens. Assim deveriam os pais fazer com os filhos. A autoridade dos pais é a margem dos rios que permite que cheguem ao destino.

Quanto maior o rio, mais distantes as margens, quanto maior e mais responsável o filho, maior pode ser a sua autonomia. E veja, que bom que é a margem, imagine o que seria do rio sem ela? Veja aquela parte do rio em que a margem é menos resistente, parte da água caiu para fora e apodrece à beira do rio, não chegará ao mar. Assim acontece com os filhos que possuem pais fracos, que não desempenham a obrigação de exercer a autoridade: deixam seus filhos perdidos nas ribanceiras do mundo, não chegam ao mar".

Soube também do drama de uma adolescente que talvez ilustre o desastre que é a educação sem limites. Trata-se de uma jovem de quatorze anos que estava deprimida e resolveu fazer um tratamento psicológico. Depois de algumas sessões, ela acabou por deixar de escapar algo, aparentemente sem importância, mas que revelava a causa de sua “depressão”.

Disse ela: “quando as minhas amigas me convidam para algum passeio que eu não quero, gosto muito de dizer que meus pais não deixaram. É a desculpa que mais me agrada”. “Você sabe por que isso lhe agrada?”, perguntou o psicólogo. “Na verdade não sei”, prosseguiu ela, “os pais de minhas amigas sempre as proíbem de fazer algo que elas verdadeiramente gostariam, mas eles também conversam com elas, fazem programas juntos, penso que elas ganham um beijo dos pais antes de irem dormir...”. Ela não contém as lágrimas que escorrem, e depois conclui: “meus pais me deixam fazer tudo o que eu quero porque não gostam de mim. Fazem isso para que eu não os incomode, então eu costumo dizer a minhas amigas que me proíbem de fazer alguma coisa para que não percebam que meus pais não me amam”.

Comprometedor esse relato, não? É hora, pois, de levá-lo mais a sério.

Fábio Henrique Prado de Toledo é Juiz de Direito em Campinas. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Articulista do Correio Popular de Campinas e de alguns outros jornais. Casado, pai de 8 filhos e Membro do Conselho de Administração do Colégio Nautas.

e-mail: fabiotoledo@apamagis.com.br

Publicado no Portal da Família em 22/06/2010