sexta-feira, 1 de junho de 2012

CRUCIFIXÃO DE CRISTO





























POROROCA


Pororoca: um passeio nos braços de Deus


Naquela manhã, o tempo não estava como da outra vez. Havia nuvens no céu. Não conseguia identificar o vento. Não era nordeste e também não era vento sul. Parecia sudoeste, sei lá. Eram 5h da manhã e os meninos já estavam acordados. Para os que ainda dormiam, bastou uma pequena aproximação para se ouvir:

- Está na hora, tio?

Em pouco tempo, eu, meu filho, meu cunhado, nossos sobrinhos e ainda o namorado da nossa sobrinha estávamos preparados. Material de pesca, refrigerantes, sanduíches e tudo o mais prontos. Não demorou muito e já se ouvia dizer entre eles:

- Por que não vamos logo embora?

Partimos. Já próximos ao porto, avistamos o nosso barco. O pescador dizia:

- Temos que sair logo..., vocês se atrasaram desta vez!

Em um instante, tudo estava arrumado! Perguntei ao pescador como deveria estar o mar naquele dia e se iríamos conseguir pegar muitos peixes como da outra vez. Enquanto ele falava, recordei por alguns instantes a última pescaria... O céu não tinha uma nuvem..., o mar parecia uma piscina..., os peixes pareciam que não se alimentavam há dias.... Chegamos a pular no mar para brincar!... No mar, não! Em alto mar! A muitos quilômetros da costa! ... Inesquecível!!!

Ele ainda falava, quando percebi que dizia que o mar estava um pouco mais agitado, e que seria mais difícil entrar.

Zarpamos. Quando chegamos perto da foz, logo percebemos que havia muitas ondas no mar e que elas entravam no rio. Eram pororocas!!

O pescador parou o barco, amarrou as caixas que havia sobre o convés, disse para que todos ficassem na parte de trás do barco e que se segurassem no mastro. Pediu para que os menores ficassem perto de nós e falou que devido à pororoca ele teria mais trabalho para entrar no mar.

Olhei para o meu cunhado. Ele me disse baixinho:

- Ele já pesca há muitos anos, tem experiência!

Confiamos. O pescador afirmou:

- Precisamos entrar no mar no momento certo, colocar o barco entre duas ondas e sair para o lado. Dando tudo certo, só deveremos passar por uma onda. O barco deve estar de frente para a onda, assim ela passará por cima de nós e logo depois estaremos no mar.

Além de ter acontecido tudo o que ele havia nos dito, uma outra onda nos pegou um pouco de lado, bem no final, como lembrou meu filho, quando recordávamos o passeio. Que bom!!

Estávamos todos molhados! Uma boa parte da onda havia passado por cima de nós. Todo o material que havia sido amarrado estava lá. As crianças estavam felizes por tanta emoção! Nossos corações batiam como nunca! Estávamos indo para outra pescaria em alto mar!!!

É então que eu te pergunto, meu irmão:

Quantas vezes você já confiou a sua vida a um pescador? A um motorista que conduzia à noite o ônibus onde você dormia? A pessoas que conduziam os outros carros que vinham na mão contrária em ruas e estradas?

Quantas vezes você passou por um risco ainda maior que este, hein?

Mas Deus não cuidou de você? Deus não está sempre cuidando de nós todos?

Quantas vezes estamos diante de problemas, desafios onde temos que decidir se continuamos ou não? Temos medo! Há riscos! Há uma pororoca ... Precisamos confiar em alguém!

Coloque a sua vida nas mãos de Deus! Confie Nele! Se abandone nos braços d’Ele!

Reze, medite, peça a Deus que lhe mostre o melhor caminho. Ele sempre cuidou de você. Ele não vai abandoná-lo agora.

Depois da pororoca, existe sim um mar muito lindo! 


Preto de copas (cartas) Jardim da Fé Preto de copas (cartas)


CONSELHO AOS PAIS

CONSELHO AOS PAIS

25/05/09

Já na sua infância, desde cedo, não dê à ele tudo o que quiser, assim quando ele crescer, não ficará a espera que o mundo lhe dê o que deseja; Não ache graça de seu palavreado chulo e grosseiro; Inicie-o nos caminhos de uma educação religiosa, sem fanatismo, que não pregue a divisão e sim, a união do povo de Deus; Não apanhe tudo que ele deixar jogado: livros, brinquedos, sapatos, roupas e ... Habitue-o a guardar todos os seus pertences; Não faça tudo para ele. Ensine-o a fazer de tudo, a fim de que não seja um eterno dependente dos outros; Evite, a todo custo, discutir com freqüência na presença dele; Não o defenda, intransigentemente, contra seus professores. Apure os fatos com calma. Lembre-se que os professores são seus parceiros e não seus inimigos; Não tente dominá-lo querendo que ele seja a sua cópia, mas tente sempre persuadi-lo através de um diálogo sincero e amigo. Respeite sua personalidade; Finalmente, prepare-se para no futuro ter somente orgulho e alegria de ter realmente, criado um filho com dignidade; Lembre-se: se fizeres o contrário disto, corre o risco de uma vida futura cheia de angústias, decepções e lágrimas de dor. (Texto adaptado pelo Professor Francisco Jaegge)

LIMITES NA EDUCAÇÃO - Fábio Henrique Prado de Toledo

LIMITES NA EDUCAÇÃO - Fábio Henrique Prado de Toledo

Limites na educação

Fábio Henrique Prado de Toledo

Algum tempo atrás manifestei nesta coluna certa perplexidade com o Projeto de Lei n. 2.654/2003, com o que se pretendia proibir qualquer forma de punição corporal a crianças e adolescentes. Como disse naquela oportunidade, o assunto merece ser melhor refletido.

Penso que as “palmadas” nas crianças não são mesmo um recurso educativo a ser utilizado a todo momento. Mais ainda, conheço vários pais que conseguiram educar muito bem sem jamais ter sequer levantado a mão contra os filhos. Aliás, se analisarmos bem, muitas das vezes que se bate numa criança, faz-se porque o pai ou a mãe estão nervosos com outro assunto que os afligem e a travessura foi apenas o estopim. Outras vezes, quase sempre, bate-se porque não se tem paciência para explicar o porquê de não poder ela fazer algo, dando os motivos pelos quais sua conduta não é adequada e, sobretudo, expondo as boas razões para se proceder corretamente.

O problema de leis radicais como essa são as más interpretações que podem causar. Estou certo de que, tão-logo aprovada, não tardará em surgir nas escolas e nas famílias uma falsa concepção do tipo: não se pode fazer nada com o garoto que não obedece, pois do contrário pode ser “processado”. Ou, pior ainda, as próprias crianças poderão incorporar o falso conceito e se levantarem contra os educadores, pais e professores, numa arredia desobediência a qualquer tipo de ordem com o petulante argumento: “não pode fazer nada comigo, sou menor”.

Não há educação sem limites. Já relatei a história de um garoto que, durante uma viagem com os colegas de escola para um acampamento, se queixava com o professor de que seus pais não lhe davam liberdade, que dependia da autorização deles para quase tudo. Esse bom professor deu ao aluno uma brilhante lição, que merece ser contada novamente:

“Seus pais não permitem que você faça tudo o que quer porque o amam. Veja esse pequeno riacho, em sua nascente, uma margem é bem próxima da outra. É o que ocorre com uma criança pequena, de tudo dependem dos pais. O riacho, conforme vai avançando, as suas margens vão ficando cada vez mais distantes, até que deságüe no mar, onde não há mais margens. Assim deveriam os pais fazer com os filhos. A autoridade dos pais é a margem dos rios que permite que cheguem ao destino.

Quanto maior o rio, mais distantes as margens, quanto maior e mais responsável o filho, maior pode ser a sua autonomia. E veja, que bom que é a margem, imagine o que seria do rio sem ela? Veja aquela parte do rio em que a margem é menos resistente, parte da água caiu para fora e apodrece à beira do rio, não chegará ao mar. Assim acontece com os filhos que possuem pais fracos, que não desempenham a obrigação de exercer a autoridade: deixam seus filhos perdidos nas ribanceiras do mundo, não chegam ao mar".

Soube também do drama de uma adolescente que talvez ilustre o desastre que é a educação sem limites. Trata-se de uma jovem de quatorze anos que estava deprimida e resolveu fazer um tratamento psicológico. Depois de algumas sessões, ela acabou por deixar de escapar algo, aparentemente sem importância, mas que revelava a causa de sua “depressão”.

Disse ela: “quando as minhas amigas me convidam para algum passeio que eu não quero, gosto muito de dizer que meus pais não deixaram. É a desculpa que mais me agrada”. “Você sabe por que isso lhe agrada?”, perguntou o psicólogo. “Na verdade não sei”, prosseguiu ela, “os pais de minhas amigas sempre as proíbem de fazer algo que elas verdadeiramente gostariam, mas eles também conversam com elas, fazem programas juntos, penso que elas ganham um beijo dos pais antes de irem dormir...”. Ela não contém as lágrimas que escorrem, e depois conclui: “meus pais me deixam fazer tudo o que eu quero porque não gostam de mim. Fazem isso para que eu não os incomode, então eu costumo dizer a minhas amigas que me proíbem de fazer alguma coisa para que não percebam que meus pais não me amam”.

Comprometedor esse relato, não? É hora, pois, de levá-lo mais a sério.

Fábio Henrique Prado de Toledo é Juiz de Direito em Campinas. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Articulista do Correio Popular de Campinas e de alguns outros jornais. Casado, pai de 8 filhos e Membro do Conselho de Administração do Colégio Nautas.

e-mail: fabiotoledo@apamagis.com.br

Publicado no Portal da Família em 22/06/2010