quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Um jeito diferente de olhar para o Salmo 23


Um jeito diferente de olhar para o Salmo 23


O Senhor é o meu Pastor…Isto é relacionamento!

Nada me faltará…Isto é suprimento!

Caminhar me faz por verdes pastos…Isto é descanso!

Guia-me mansamente a águas tranquilas…Isto é refrigério!

Refrigera minha alma…Isto é cura!

Guia-me pelas veredas da justiça…Isto é direção!

Por amor de seu nome…Isto é propósito!

Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte…Isto é provação!

Eu não temeria mal algum…Isto é proteção!

Porque tu estás comigo…Isto é fidelidade!

A tua vara e o teu cajado me consolam…Isto é esperança!

Unge a minha cabeça com óleo…Isto é consagração!

E o meu cálice transborda…Isto é abundâcia!

Certamente que a bondade e a misericordia me seguirão todos os dias da

minha vida…Isto é benção!

E eu habitarei na casa do Senhor…Isto é segurança!

Por longos dias…Isto é eternidade!

Preto de copas (cartas) Jardim da Fé Preto de copas (cartas)

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A FORMIGUINHA E O FLOQUINHO DE NEVE


A FORMIGUINHA E O FLOQUINHO DE NEVE


Certa manhã de inverno, uma formiguinha imprudente afastou-se do formigueiro pelo meio da neve e nela prendeu seu pezinho. Aflita, começou a pedir ajuda com a voz chorosa e cheia de auto-piedade, esquecida de sua imprudência inicial:

- Oh, Sol, tu que és tão forte, derrete a neve e desprende meu pezinho…

E o Sol, indiferente nas alturas, falou:

- Mais forte do que eu é o muro que me tapa!

Olhando então para o muro, a formiguinha pediu:

- Oh, muro, tu que és tão forte, que tapas o Sol, que derrete a neve, desprende meu pezinho…

E o muro que nada vê e muito pouco fala respondeu apenas:

- Mais forte do que eu é o rato que me rói!

Voltando-se então para um ratinho que passava apressado, a formiguinha suplicou:

- Oh, rato, tu que és tão forte, que róis o muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprende meu pezinho…

Mas o rato, que também ia fugindo do frio, gritou de longe:

- Mais forte do que eu é o gato que me come!

Já cansada, a formiguinha pediu ao gato:

- Oh, gato, tu que és tão forte, que comes o rato, que rói o muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprende meu pezinho…

E o gato, sempre preguiçoso, disse bocejando:

- Mais forte do que eu é o cão que me persegue!

Aflita e chorosa, a pobre formiguinha pediu ao cão:

- Oh, cão, tu que és tão forte, que persegues o gato, que come o rato, que rói o muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprende meu pezinho…

E o cão, que ia correndo atrás de uma raposa, respondeu sem parar:

- Mais forte do que eu é o homem que me bate!

Já quase sem forças, sentindo o coração gelado de frio, a formiguinha implorou ao homem:

- Oh, homem, tu que és tão forte, que bates no cão, que persegue o gato, que come o rato, que rói o muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprende meu pezinho…

E o homem, respondeu apenas:

- Mais forte do que eu é o Deus que te Criou!

Quase morrendo, a formiguinha rezou baixinho:

- Meu Deus, tu que és tão forte, que governas a morte, que mata o homem, que bate no cão, que persegue o gato, que come o rato, que rói o muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprende meu pezinho…

E Deus, então, por AMOR a formiguinha , fez girar mais depressa o tempo e em dois minutos fez-se a primavera e no campo agora coberto de flores multicores estava derretida toda a neve , o frio, toda a prisão.

A formiguinha, porem, não arredou o pé de onde estava até chegar o inverno seguinte, quando um outro floco de neve prendeu o

Pé que ela nunca tinha libertado.



Preto de copas (cartas) Jardim da Fé Preto de copas (cartas)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

ALMAS PERFUMADAS




Tem gente que tem cheiro
de passarinho quando canta,
de sol quando acorda,
de flor quando ri.

Ao lado delas,
a gente se sente no balanço de uma rede
que dança gostoso numa tarde grande,
sem relógio e sem agenda.

Ao lado delas,
a gente se sente comendo pipoca na praça,
lambuzando o queixo de sorvete,
melando os dedos com algodão doce
da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade,
mas que a gente desaprende de ver.

Tem gente que tem cheiro
de colo de Deus,
de banho de mar
quando a água é quente e o céu é azul.

Ao lado delas,
a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.

Ao lado delas,
a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo,
sonhando a maior tolice do mundo
com o gozo de quem não liga pra isso.

Ao lado delas,
pode ser abril,
mas parece manhã de Natal,
do tempo em que a gente acordava
e encontrava o presente do Papai Noel.

Tem gente que tem cheiro
das estrelas que Deus acendeu no céu
e daquelas que conseguimos acender na Terra.

Ao lado delas,
a gente não acha que o amor é possível,
a gente tem certeza.

Ao lado delas,
a gente se sente visitando um lugar feito de alegria,
recebendo um buquê de carinhos,
abraçando um filhote de urso panda,
tocando com os olhos os olhos da paz.

Ao lado delas,
saboreamos a delícia do toque suave
que sua presença sopra no nosso coração.

Tem gente que tem cheiro
de cafuné sem pressa,
do brinquedo que a gente não largava,
do acalanto que o silêncio canta,
de passeio no jardim.

Ao lado delas,
a gente percebe que a sensualidade
é um perfume que vem de dentro
e que a atração que realmente nos move
não passa só pelo corpo.
Corre em outras veias.
Pulsa em outro lugar.

Ao lado delas,
a gente lembra que no instante em que rimos
Deus está conosco, juntinho, ao nosso lado.
E a gente ri grande que nem menino arteiro.

Tem gente como você,
que nem percebe como tem a alma perfumada
e que esse perfume é dom de Deus.

Carlos Drummond de Andrade

Preto de copas (cartas) Jardim da Fé Preto de copas (cartas)

domingo, 28 de outubro de 2012

ACREDITAR E AGIR

ACREDITAR E AGIR

Um viajante ia caminhando em solo distante, as margens de um grande lago de águas cristalinas. Seu destino era a outra margem.
Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem coberto de idade, um barqueiro, quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo.
O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho. Logo seus olhos perceberam o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, o viajante pode observar que se tratava de duas palavras, num deles estava entalhada a palavra ACREDITAR e no outro AGIR.
Não podendo conter a curiosidade, o viajante perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos. O barqueiro respondeu pegando o remo chamado ACREDITAR e remando com toda força. O barco, então, começou a dar voltas sem sair do lugar em que estava. Em seguida, pegou o remo AGIR e remou com todo vigor. Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.
Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, remou com eles simultaneamente e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago chegando ao seu destino, a outra margem.
Então o barqueiro disse ao viajante:
- Esse porto se chama autoconfiança. Simultaneamente é preciso ACREDITAR e também AGIR para que possamos alcançá-la!

Preto de copas (cartas) Jardim da Fé Preto de copas (cartas)

sábado, 27 de outubro de 2012

FAMÍLIA, A COLMÉIA DO MUNDO



Você já se deu conta de que em uma colméia, com mais de 70 mil abelhas, tudo segue uma rigorosa disciplina e que cada abelha exerce uma função. As operárias são as que alimentam as larvas, cuidam da colméia, trazem comida para todos os habitantes da comunidade.
Elas começam como faxineiras, limpando as células onde estão os ovos,
depois produzem a geléia real que serve para alimentar as abelhas mais jovens e a rainha.
Também trabalham como babás alimentando as abelhinhas mais crescidas com pólen e mel.
Ainda jovens elas se tornam construtoras e começam a produzir cera, que lhes permite construir e remendar as células da colméia.
A tarefa da rainha é botar ovos, dos quais sairão novas operárias, os zangões e as futuras rainhas.
Tudo na colméia reflete ordem e equilíbrio.
Imagine a sua família como uma colméia racional.
Cada um tem sua tarefa a cumprir, visando o crescimento da pequena coletividade, como exige o lar.
E todos são importantes no desempenho do grupo doméstico.
E na família que se exercita a cooperação, a união, a amizade, o respeito e a educação.
Se na colméia familiar reinar o amor, conseguiremos com certeza ter elementos para uma atuação segura, verdadeiramente cristã, junto à família, a colméia do mundo.

CONSELHO AOS PAIS

CONSELHO AOS PAIS

25/05/09

Já na sua infância, desde cedo, não dê à ele tudo o que quiser, assim quando ele crescer, não ficará a espera que o mundo lhe dê o que deseja; Não ache graça de seu palavreado chulo e grosseiro; Inicie-o nos caminhos de uma educação religiosa, sem fanatismo, que não pregue a divisão e sim, a união do povo de Deus; Não apanhe tudo que ele deixar jogado: livros, brinquedos, sapatos, roupas e ... Habitue-o a guardar todos os seus pertences; Não faça tudo para ele. Ensine-o a fazer de tudo, a fim de que não seja um eterno dependente dos outros; Evite, a todo custo, discutir com freqüência na presença dele; Não o defenda, intransigentemente, contra seus professores. Apure os fatos com calma. Lembre-se que os professores são seus parceiros e não seus inimigos; Não tente dominá-lo querendo que ele seja a sua cópia, mas tente sempre persuadi-lo através de um diálogo sincero e amigo. Respeite sua personalidade; Finalmente, prepare-se para no futuro ter somente orgulho e alegria de ter realmente, criado um filho com dignidade; Lembre-se: se fizeres o contrário disto, corre o risco de uma vida futura cheia de angústias, decepções e lágrimas de dor. (Texto adaptado pelo Professor Francisco Jaegge)

LIMITES NA EDUCAÇÃO - Fábio Henrique Prado de Toledo

LIMITES NA EDUCAÇÃO - Fábio Henrique Prado de Toledo

Limites na educação

Fábio Henrique Prado de Toledo

Algum tempo atrás manifestei nesta coluna certa perplexidade com o Projeto de Lei n. 2.654/2003, com o que se pretendia proibir qualquer forma de punição corporal a crianças e adolescentes. Como disse naquela oportunidade, o assunto merece ser melhor refletido.

Penso que as “palmadas” nas crianças não são mesmo um recurso educativo a ser utilizado a todo momento. Mais ainda, conheço vários pais que conseguiram educar muito bem sem jamais ter sequer levantado a mão contra os filhos. Aliás, se analisarmos bem, muitas das vezes que se bate numa criança, faz-se porque o pai ou a mãe estão nervosos com outro assunto que os afligem e a travessura foi apenas o estopim. Outras vezes, quase sempre, bate-se porque não se tem paciência para explicar o porquê de não poder ela fazer algo, dando os motivos pelos quais sua conduta não é adequada e, sobretudo, expondo as boas razões para se proceder corretamente.

O problema de leis radicais como essa são as más interpretações que podem causar. Estou certo de que, tão-logo aprovada, não tardará em surgir nas escolas e nas famílias uma falsa concepção do tipo: não se pode fazer nada com o garoto que não obedece, pois do contrário pode ser “processado”. Ou, pior ainda, as próprias crianças poderão incorporar o falso conceito e se levantarem contra os educadores, pais e professores, numa arredia desobediência a qualquer tipo de ordem com o petulante argumento: “não pode fazer nada comigo, sou menor”.

Não há educação sem limites. Já relatei a história de um garoto que, durante uma viagem com os colegas de escola para um acampamento, se queixava com o professor de que seus pais não lhe davam liberdade, que dependia da autorização deles para quase tudo. Esse bom professor deu ao aluno uma brilhante lição, que merece ser contada novamente:

“Seus pais não permitem que você faça tudo o que quer porque o amam. Veja esse pequeno riacho, em sua nascente, uma margem é bem próxima da outra. É o que ocorre com uma criança pequena, de tudo dependem dos pais. O riacho, conforme vai avançando, as suas margens vão ficando cada vez mais distantes, até que deságüe no mar, onde não há mais margens. Assim deveriam os pais fazer com os filhos. A autoridade dos pais é a margem dos rios que permite que cheguem ao destino.

Quanto maior o rio, mais distantes as margens, quanto maior e mais responsável o filho, maior pode ser a sua autonomia. E veja, que bom que é a margem, imagine o que seria do rio sem ela? Veja aquela parte do rio em que a margem é menos resistente, parte da água caiu para fora e apodrece à beira do rio, não chegará ao mar. Assim acontece com os filhos que possuem pais fracos, que não desempenham a obrigação de exercer a autoridade: deixam seus filhos perdidos nas ribanceiras do mundo, não chegam ao mar".

Soube também do drama de uma adolescente que talvez ilustre o desastre que é a educação sem limites. Trata-se de uma jovem de quatorze anos que estava deprimida e resolveu fazer um tratamento psicológico. Depois de algumas sessões, ela acabou por deixar de escapar algo, aparentemente sem importância, mas que revelava a causa de sua “depressão”.

Disse ela: “quando as minhas amigas me convidam para algum passeio que eu não quero, gosto muito de dizer que meus pais não deixaram. É a desculpa que mais me agrada”. “Você sabe por que isso lhe agrada?”, perguntou o psicólogo. “Na verdade não sei”, prosseguiu ela, “os pais de minhas amigas sempre as proíbem de fazer algo que elas verdadeiramente gostariam, mas eles também conversam com elas, fazem programas juntos, penso que elas ganham um beijo dos pais antes de irem dormir...”. Ela não contém as lágrimas que escorrem, e depois conclui: “meus pais me deixam fazer tudo o que eu quero porque não gostam de mim. Fazem isso para que eu não os incomode, então eu costumo dizer a minhas amigas que me proíbem de fazer alguma coisa para que não percebam que meus pais não me amam”.

Comprometedor esse relato, não? É hora, pois, de levá-lo mais a sério.

Fábio Henrique Prado de Toledo é Juiz de Direito em Campinas. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Articulista do Correio Popular de Campinas e de alguns outros jornais. Casado, pai de 8 filhos e Membro do Conselho de Administração do Colégio Nautas.

e-mail: fabiotoledo@apamagis.com.br

Publicado no Portal da Família em 22/06/2010