segunda-feira, 25 de abril de 2011

Encontro com o ressuscitado


Acabou o feriado da Semana Santa. Voltamos à rotina do trabalho, do corre-corre cotidiano.

Lembra como passou aqueles dias? Teve tempo para parar um pouco e meditar sobre o sentido do que éramos convidados a celebrar? Ou a santidade da semana ficou só por conta do  “feriadão
que caiu do céu”?

 Nada contra o feriado que é sempre tempo precioso de descanso, convívio com os mais queridos, tempo de viajar, passear, ou mesmo apenas relaxar. Mas não podemos nos esquecer; o feriado da Semana Santa, em primeiro lugar, proporciona aos cristãos o tempo sagrado para um mergulho na experiência de estar mais perto de Jesus nos momentos decisivos de sua vida.

Mas ainda é tempo. É TEMPO PASCAL!
Estamos no centro do Mistério da nossa Fé.
A Humanidade está diante de um túmulo que recorda nosso maior limite. Nele um corpo foi sepultado. O profeta galileu que seduzia o povo com suas palavras e gestos, viu-se diante dos poderosos que sentiram-se ameaçados por alguém que falava em colocar o amor no lugar das leis e das velhas tradições. O confronto chegou ao auge: traição, prisão, julgamento, tortura brutal, condenação e morte. 

No túmulo, o fim de uma história. Os amigos dispersos, assustados, decepcionados não podem deixar de pensar: como toda história humana, aquela também termina em túmulo...

No entanto... na madrugada do Domingo, algumas mulheres (sempre elas...) vão ao túmulo e o encontram vazio. Voltam contando uma outra história.

E da História de Jesus de Nazaré mergulhamos no mistério da Fé.
O Deus em que cremos não se deixa aprisionar por nenhum túmulo. É o Deus da Vida e não da Morte. “ Eu vim para que tenham vida, e vida plena!”, Ele disse.
Mas há quem não consiga libertar-se do túmulo. Aliás, diante do túmulo, há atitudes as mais diversas...

Há quem viu o túmulo vazio, os panos pelo chão, e ficou confuso, indeciso.

Há quem também foi ao túmulo e nem precisou entrar. Da porta mesmo, já acreditou.

Há quem diga que só acreditaria vendo e tocando...

 Há quem não acreditou e, no desespero, buscou também o seu próprio túmulo...

 Mas a história não se encerra no túmulo vazio. Ela continua em relatos de diversos encontros. Perto do túmulo, em estradas, em pescarias, no alto de montanhas, em salas fechadas...

 Aqui e ali, as pessoas contam histórias fantásticas de encontros inesquecíveis.

As “fontes”, é verdade, não são lá muito confiáveis: mulheres (algumas de má fama...), pescadores, cobradores de impostos nem sempre honestos...

Mas ao longo desses quase dois mil anos de História continuam os insistentes relatos de “ENCONTROS” com o Ressuscitado. Nos lugares, circunstâncias e tempos mais extraordinários... ou comuns. Das formas mais diversas.

Parece que todo ser humano sobre a face da Terra tem seu momento de vislumbre, sua “visão”, seu encontro com o Ressuscitado.

E ele, quando acontece em profundidade, é decisivo. É capaz de mudar o rumo de uma vida. É capaz de dar sentido a gestos que só podem ser entendidos por aqueles que vivem grandes paixões. Sim, porque o encontro com o ressuscitado é o encontro com um Deus apaixonado. Capaz de dar, não sua morte, mas sua VIDA por nós.

 Ter essa experiência é como assistir a um “trailler do Infinito” Há quem sobreviva uma vida inteira de aridez alimentando-se dessa “visão”. É como se algo no mais profundo do nosso coração dissesse e garantisse: “ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS”

 Santo Inácio chamava a alegria proporcionada por esses encontros de “consolação sem causa aparente”. Uma gratuidade generosa do nosso Deus, como se estivesse acenando para nós, sorrindo e dizendo: “Pode duvidar. Eu continuo acreditando em você!”
Assim foi o encontro do ressuscitado com os discípulos de Emaús. Assim foram tantos outros encontros em tempos, circunstâncias e lugares os mais diversos.

Quem sabe agora, tempo pascal, seja hora de você se perguntar:
Olhando a minha história, contemplando a minha vida...
Onde, Como, Quando aconteceu o meu encontro mais significativo com o Ressuscitado?
Autor: Eduardo Machado

CONSELHO AOS PAIS

CONSELHO AOS PAIS

25/05/09

Já na sua infância, desde cedo, não dê à ele tudo o que quiser, assim quando ele crescer, não ficará a espera que o mundo lhe dê o que deseja; Não ache graça de seu palavreado chulo e grosseiro; Inicie-o nos caminhos de uma educação religiosa, sem fanatismo, que não pregue a divisão e sim, a união do povo de Deus; Não apanhe tudo que ele deixar jogado: livros, brinquedos, sapatos, roupas e ... Habitue-o a guardar todos os seus pertences; Não faça tudo para ele. Ensine-o a fazer de tudo, a fim de que não seja um eterno dependente dos outros; Evite, a todo custo, discutir com freqüência na presença dele; Não o defenda, intransigentemente, contra seus professores. Apure os fatos com calma. Lembre-se que os professores são seus parceiros e não seus inimigos; Não tente dominá-lo querendo que ele seja a sua cópia, mas tente sempre persuadi-lo através de um diálogo sincero e amigo. Respeite sua personalidade; Finalmente, prepare-se para no futuro ter somente orgulho e alegria de ter realmente, criado um filho com dignidade; Lembre-se: se fizeres o contrário disto, corre o risco de uma vida futura cheia de angústias, decepções e lágrimas de dor. (Texto adaptado pelo Professor Francisco Jaegge)

LIMITES NA EDUCAÇÃO - Fábio Henrique Prado de Toledo

LIMITES NA EDUCAÇÃO - Fábio Henrique Prado de Toledo

Limites na educação

Fábio Henrique Prado de Toledo

Algum tempo atrás manifestei nesta coluna certa perplexidade com o Projeto de Lei n. 2.654/2003, com o que se pretendia proibir qualquer forma de punição corporal a crianças e adolescentes. Como disse naquela oportunidade, o assunto merece ser melhor refletido.

Penso que as “palmadas” nas crianças não são mesmo um recurso educativo a ser utilizado a todo momento. Mais ainda, conheço vários pais que conseguiram educar muito bem sem jamais ter sequer levantado a mão contra os filhos. Aliás, se analisarmos bem, muitas das vezes que se bate numa criança, faz-se porque o pai ou a mãe estão nervosos com outro assunto que os afligem e a travessura foi apenas o estopim. Outras vezes, quase sempre, bate-se porque não se tem paciência para explicar o porquê de não poder ela fazer algo, dando os motivos pelos quais sua conduta não é adequada e, sobretudo, expondo as boas razões para se proceder corretamente.

O problema de leis radicais como essa são as más interpretações que podem causar. Estou certo de que, tão-logo aprovada, não tardará em surgir nas escolas e nas famílias uma falsa concepção do tipo: não se pode fazer nada com o garoto que não obedece, pois do contrário pode ser “processado”. Ou, pior ainda, as próprias crianças poderão incorporar o falso conceito e se levantarem contra os educadores, pais e professores, numa arredia desobediência a qualquer tipo de ordem com o petulante argumento: “não pode fazer nada comigo, sou menor”.

Não há educação sem limites. Já relatei a história de um garoto que, durante uma viagem com os colegas de escola para um acampamento, se queixava com o professor de que seus pais não lhe davam liberdade, que dependia da autorização deles para quase tudo. Esse bom professor deu ao aluno uma brilhante lição, que merece ser contada novamente:

“Seus pais não permitem que você faça tudo o que quer porque o amam. Veja esse pequeno riacho, em sua nascente, uma margem é bem próxima da outra. É o que ocorre com uma criança pequena, de tudo dependem dos pais. O riacho, conforme vai avançando, as suas margens vão ficando cada vez mais distantes, até que deságüe no mar, onde não há mais margens. Assim deveriam os pais fazer com os filhos. A autoridade dos pais é a margem dos rios que permite que cheguem ao destino.

Quanto maior o rio, mais distantes as margens, quanto maior e mais responsável o filho, maior pode ser a sua autonomia. E veja, que bom que é a margem, imagine o que seria do rio sem ela? Veja aquela parte do rio em que a margem é menos resistente, parte da água caiu para fora e apodrece à beira do rio, não chegará ao mar. Assim acontece com os filhos que possuem pais fracos, que não desempenham a obrigação de exercer a autoridade: deixam seus filhos perdidos nas ribanceiras do mundo, não chegam ao mar".

Soube também do drama de uma adolescente que talvez ilustre o desastre que é a educação sem limites. Trata-se de uma jovem de quatorze anos que estava deprimida e resolveu fazer um tratamento psicológico. Depois de algumas sessões, ela acabou por deixar de escapar algo, aparentemente sem importância, mas que revelava a causa de sua “depressão”.

Disse ela: “quando as minhas amigas me convidam para algum passeio que eu não quero, gosto muito de dizer que meus pais não deixaram. É a desculpa que mais me agrada”. “Você sabe por que isso lhe agrada?”, perguntou o psicólogo. “Na verdade não sei”, prosseguiu ela, “os pais de minhas amigas sempre as proíbem de fazer algo que elas verdadeiramente gostariam, mas eles também conversam com elas, fazem programas juntos, penso que elas ganham um beijo dos pais antes de irem dormir...”. Ela não contém as lágrimas que escorrem, e depois conclui: “meus pais me deixam fazer tudo o que eu quero porque não gostam de mim. Fazem isso para que eu não os incomode, então eu costumo dizer a minhas amigas que me proíbem de fazer alguma coisa para que não percebam que meus pais não me amam”.

Comprometedor esse relato, não? É hora, pois, de levá-lo mais a sério.

Fábio Henrique Prado de Toledo é Juiz de Direito em Campinas. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Articulista do Correio Popular de Campinas e de alguns outros jornais. Casado, pai de 8 filhos e Membro do Conselho de Administração do Colégio Nautas.

e-mail: fabiotoledo@apamagis.com.br

Publicado no Portal da Família em 22/06/2010