segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

”O CARÁTER CONTA”

Algo para ser vivido não só no Colégio, mas em todo e qualquer ambiente em que estamos inseridos!

O programa “ O Caráter Conta” surgiu nos Estados Unidos, com Michael Josephson, Professor de Direito da Universidade de Califórnia, que formou o “Josephson Insitute”, buscando ajudar os educadores a trabalharem com crianças e jovens. Visa fortalecer as vidas dos nossos jovens com valores éticos chamados de os “Seis Pilares do Caráter”. Esses valores éticos transcendem raça, credos, políticas e condição social.
Inicialmente em Joinville, o Programa “O Caráter Conta” foi implantado, em 2004, em 20 escolas (municipais e estaduais), através de uma parceria entre IEPES – Instituto de Estudos e Pesquisas Sociais, a Universidade Virginia Tech, a Organização Não-governamental Companheiros das Américas, a Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria  Estadual da Educação, por intermédio da 23ª Gerência de Educação. Hoje, após 6 anos, o Programa abrange 75 escolas estaduais e municipais na cidade de Joinville. No Brasil foi estendido para as escolas públicas na cidade de Passos, MG e no Estado do Rio Grande do Norte.
Inúmeras atividades são desenvolvidas para despertar nas crianças e jovens a consciência de que os Seis Pilares do Caráter: Sinceridade, Respeito, Responsabilidade, Senso de Justiça, Zelo e Cidadania são fundamentais para nortear suas vidas pessoais e para construir uma sociedade harmoniosa e feliz.
O Programa demonstra que um caráter firme é o resultado do compromisso de fazer a coisa certa, com consciência do que é certo e competência para tomar decisões éticas. Um caráter firme é capaz de resistir à tentação de colocar a popularidade, o bem estar e o conforto acima da ética, é conquistar o sucesso sem prejudicar sua integridade física e moral, bem como a do outro.
A vivência do Programa proporciona ao indivíduo um afloramento da sua coragem moral, começando com pequenos desafios. Fazer a coisa certa em pequenos assuntos dá confiança e experiência necessárias para enfrentar desafios maiores, quando vivenciados. O Programa não deve se restringir dentro dos limites da escola. Para que aja sucesso é essencial o envolvimento da comunidade.
O Programa “O Caráter Conta”é realizado em inúmeras escolas americanas e em alguns países da América Central e antiga Rússia. E também é desenvolvido em centros de detenção juvenil nos EUA.
Os Clubes Rotary de Joinville através de um programa institucional internacional denominado Matching Grant, demonstra seu total apoio ao trabalho que já vem sendo realizado e contribui com material a ser utilizado exclusivamente para atividades relacionadas com o Programa “O Caráter Conta” nas escolas joinvilenses. No endereço eletrônico www.ocaraterconta.blogspot.com podem ser acompanhadas as atividades desenvolvidas pelas escolas públicas da cidade de Joinville.
Um programa educacional orientado para a ética / valores / caráter, com base na escola tem por objetivo proporcionar atividades práticas em apoio à escola, pais, família e comunidade, sendo incorporadas a todas as áreas de estudo – matemática, história, ciências, arte, filosofia, português, etc.
Este aprendizado deve estar presente nas práticas cotidianas, onde todos devem receber conhecimento sobre valores. Nós educadores somos exemplo para nossos alunos de que um caráter fortalecido valoriza atitudes de bom convívio.
Não importa a etnia, classe social ou religião, estes valores devem ser preservados, para que a sociedade possa manter a família, a amizade, a dignidade, a ordem, a harmonia nos relacionamentos pessoais, as instituições, a educação, enfim, criar uma cultura de paz e de pessoas firmes no seu caráter.

Confiantes de contar com o apoio da família, vivenciaremos estes valores em nosso Colégio e com certeza nossas crianças semearam estas sementinhas que iremos lançar a partir de 2010.

CONSELHO AOS PAIS

CONSELHO AOS PAIS

25/05/09

Já na sua infância, desde cedo, não dê à ele tudo o que quiser, assim quando ele crescer, não ficará a espera que o mundo lhe dê o que deseja; Não ache graça de seu palavreado chulo e grosseiro; Inicie-o nos caminhos de uma educação religiosa, sem fanatismo, que não pregue a divisão e sim, a união do povo de Deus; Não apanhe tudo que ele deixar jogado: livros, brinquedos, sapatos, roupas e ... Habitue-o a guardar todos os seus pertences; Não faça tudo para ele. Ensine-o a fazer de tudo, a fim de que não seja um eterno dependente dos outros; Evite, a todo custo, discutir com freqüência na presença dele; Não o defenda, intransigentemente, contra seus professores. Apure os fatos com calma. Lembre-se que os professores são seus parceiros e não seus inimigos; Não tente dominá-lo querendo que ele seja a sua cópia, mas tente sempre persuadi-lo através de um diálogo sincero e amigo. Respeite sua personalidade; Finalmente, prepare-se para no futuro ter somente orgulho e alegria de ter realmente, criado um filho com dignidade; Lembre-se: se fizeres o contrário disto, corre o risco de uma vida futura cheia de angústias, decepções e lágrimas de dor. (Texto adaptado pelo Professor Francisco Jaegge)

LIMITES NA EDUCAÇÃO - Fábio Henrique Prado de Toledo

LIMITES NA EDUCAÇÃO - Fábio Henrique Prado de Toledo

Limites na educação

Fábio Henrique Prado de Toledo

Algum tempo atrás manifestei nesta coluna certa perplexidade com o Projeto de Lei n. 2.654/2003, com o que se pretendia proibir qualquer forma de punição corporal a crianças e adolescentes. Como disse naquela oportunidade, o assunto merece ser melhor refletido.

Penso que as “palmadas” nas crianças não são mesmo um recurso educativo a ser utilizado a todo momento. Mais ainda, conheço vários pais que conseguiram educar muito bem sem jamais ter sequer levantado a mão contra os filhos. Aliás, se analisarmos bem, muitas das vezes que se bate numa criança, faz-se porque o pai ou a mãe estão nervosos com outro assunto que os afligem e a travessura foi apenas o estopim. Outras vezes, quase sempre, bate-se porque não se tem paciência para explicar o porquê de não poder ela fazer algo, dando os motivos pelos quais sua conduta não é adequada e, sobretudo, expondo as boas razões para se proceder corretamente.

O problema de leis radicais como essa são as más interpretações que podem causar. Estou certo de que, tão-logo aprovada, não tardará em surgir nas escolas e nas famílias uma falsa concepção do tipo: não se pode fazer nada com o garoto que não obedece, pois do contrário pode ser “processado”. Ou, pior ainda, as próprias crianças poderão incorporar o falso conceito e se levantarem contra os educadores, pais e professores, numa arredia desobediência a qualquer tipo de ordem com o petulante argumento: “não pode fazer nada comigo, sou menor”.

Não há educação sem limites. Já relatei a história de um garoto que, durante uma viagem com os colegas de escola para um acampamento, se queixava com o professor de que seus pais não lhe davam liberdade, que dependia da autorização deles para quase tudo. Esse bom professor deu ao aluno uma brilhante lição, que merece ser contada novamente:

“Seus pais não permitem que você faça tudo o que quer porque o amam. Veja esse pequeno riacho, em sua nascente, uma margem é bem próxima da outra. É o que ocorre com uma criança pequena, de tudo dependem dos pais. O riacho, conforme vai avançando, as suas margens vão ficando cada vez mais distantes, até que deságüe no mar, onde não há mais margens. Assim deveriam os pais fazer com os filhos. A autoridade dos pais é a margem dos rios que permite que cheguem ao destino.

Quanto maior o rio, mais distantes as margens, quanto maior e mais responsável o filho, maior pode ser a sua autonomia. E veja, que bom que é a margem, imagine o que seria do rio sem ela? Veja aquela parte do rio em que a margem é menos resistente, parte da água caiu para fora e apodrece à beira do rio, não chegará ao mar. Assim acontece com os filhos que possuem pais fracos, que não desempenham a obrigação de exercer a autoridade: deixam seus filhos perdidos nas ribanceiras do mundo, não chegam ao mar".

Soube também do drama de uma adolescente que talvez ilustre o desastre que é a educação sem limites. Trata-se de uma jovem de quatorze anos que estava deprimida e resolveu fazer um tratamento psicológico. Depois de algumas sessões, ela acabou por deixar de escapar algo, aparentemente sem importância, mas que revelava a causa de sua “depressão”.

Disse ela: “quando as minhas amigas me convidam para algum passeio que eu não quero, gosto muito de dizer que meus pais não deixaram. É a desculpa que mais me agrada”. “Você sabe por que isso lhe agrada?”, perguntou o psicólogo. “Na verdade não sei”, prosseguiu ela, “os pais de minhas amigas sempre as proíbem de fazer algo que elas verdadeiramente gostariam, mas eles também conversam com elas, fazem programas juntos, penso que elas ganham um beijo dos pais antes de irem dormir...”. Ela não contém as lágrimas que escorrem, e depois conclui: “meus pais me deixam fazer tudo o que eu quero porque não gostam de mim. Fazem isso para que eu não os incomode, então eu costumo dizer a minhas amigas que me proíbem de fazer alguma coisa para que não percebam que meus pais não me amam”.

Comprometedor esse relato, não? É hora, pois, de levá-lo mais a sério.

Fábio Henrique Prado de Toledo é Juiz de Direito em Campinas. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Articulista do Correio Popular de Campinas e de alguns outros jornais. Casado, pai de 8 filhos e Membro do Conselho de Administração do Colégio Nautas.

e-mail: fabiotoledo@apamagis.com.br

Publicado no Portal da Família em 22/06/2010