"A Terra está agonizando... a sua doença é causada, sobretudo, pelos maus-tratos dados pela humanidade”. (James Lovelock) Nos dias de hoje, a pergunta que mais preocupa todos aqueles que desejam obter qualidade de vida é: como ter saúde em um planeta doente? Mas, como foi que o planeta ficou "doente”? Pelo menos desde o Neolítico (12.000 anos a. C.) as sociedades têm consumido num ritmo voraz e de forma crescente tudo aquilo que conhecemos por recursos da natureza. Acontece que esse consumo, desde então, tem sido agressivo, nada amistoso. Nesse ritmo avassalador, busca-se a todo e qualquer custo crescimento econômico, pois isso é erroneamente entendido como sendo sinônimo de progresso. Para obter isso, derrubam-se árvores, queimam-se florestas, polui-se o ar, a água e destroem-se os ecossistemas. Não há margem à dúvida que a atividade econômica tem sido extremamente agressiva no que tange a extrair recursos, levar ao processo produtivo e, pós-consumo final, soltar resíduos, comprometendo, grosso modo, a capacidade do planeta Terra em lidar com essa situação. Em outras palavras, isso pode ser traduzido como sendo a era da "economia destrutiva”. Em nome então do propagado crescimento econômico - como se não houvesse limites - o mundo moderno fecha os olhos a uma questão primordial: não leva em conta que a biosfera é finita, limitada e hermeticamente fechada. Qualquer tentativa de extrapolar isso gera pesados passivos ambientais. Conquanto, do outro lado da moeda, o mercado pressiona e exige crescimento num mundo que está cada vez mais insustentável criando, dessa forma, um conflito irresponsável que põe a vida de todos em perigo. É a necessidade de crescimento econômico versus a capacidade da Terra em oferecer condições suportáveis para isso. É no meio desse conflito que nos encontramos e, a cada dia, mais e mais gente vai chegando. Descontadas as mortes, temos a cada dia 200 mil novas almas chegando ao mundo. Ao ano, são mais de 70 milhões de novos habitantes no planeta Terra que, cabe reiterar, não aumentará de tamanho. Em 1900, havia 1,5 bilhão de pessoas no mundo. Hoje, dividimos o MESMO espaço no planeta Terra com 6,7 bilhões de pessoas. E o consumo? Ah, esse não pára. Atualmente, apenas 20% da população mais rica do mundo utilizam ¾ dos recursos naturais, numa situação em que metade da população (3,3 bilhões) está na pobreza vegetando nos limites da sobrevivência, numa desigualdade sem precedentes, sem acesso à água potável e à alimentação adequada. É o consumo exagerado de um lado e, do outro, a escassez de bens que permite a manutenção da vida. Nesse conflito, os recursos se exaurem, o planeta adoece e a vida se degrada. Na Era da Economia Destrutiva, Lester Brown (em Eco-Economia: Construindo uma economia para a Terra) nos relata que "na China os lençóis freáticos diminuem 1,5 metros ao ano. No mundo, as florestas estão encolhendo mais de 9 milhões de hectares ao ano. O gelo do Mar Ático, apenas nos últimos 40 anos, reduziu-se em mais de 40%”. O caso da água pótavel, para ficarmos nesse exemplo, é gritante. É sabido que a quantidade de água doce disponível na Terra é de apenas 0,5% do total das águas, incluindo as calotas polares geladas. Devido à urbanização intensa, os desmatamentos e a contaminação por atividades industriais e agrícolas (bases do crescimento econômico sem limites), mesmo esta pequena quantidade de água está diminuindo, causando a desertificação progressiva da superfície da terra. O consumo de água, em consequência da urbanização, dobra a cada 20 anos. Se centenas de milhões de pessoas carecem de acesso à água potável, por outro lado, continua o consumo de desperdício desse precioso líquido por parte dos mais afortunados que podem pagar pelo serviço. Vejamos que: enquanto regiões imensas na África, Ásia e América Latina carecem de recursos hídricos mínimos, nas regiões "desenvolvidas”, além do excesso de consumo, aumenta a poluição de rios, lagoas e lençóis freáticos e aqüíferos subterrâneos; tudo isso em nome do suposto crescimento econômico que parece, de fato, não encontrar freios à sua expansão. Enquanto lençóis freáticos caem assustadoramente de um lado, principalmente nas três maiores áreas produtoras de alimentos (China, Índia e EUA), do outro se queima florestas, expandem-se desertos e aumentam-se consideravelmente os níveis de dióxido de carbono. Os rios estão ficando às mínguas. O principal rio dos Estados Unidos (o Colorado) mal chega ao mar. O Nilo já apresenta enorme dificuldade em atingir o Mediterrâneo. Não obstante a isso, a economia continua sua sanha exploratória queimando petróleo, gás e carvão, derrubando e queimando florestas, contribuindo para o aquecimento global. Parece que o "sistema econômico” desconhece que esquentando o planeta, esquentam os mares e aumenta a evaporação das águas. Conclusão: O gelo dos polos vai derreter elevando o nível dos mares, alterando as correntes marítimas. O nome disso? Desastre ecológico! Caso se interesse pelo restante do artigo, basta clicar no endereço abaixo. |
Fonte: Adital